Quem somos e onde estamos?

“Sou uma mulher madura, que às vezes anda de balanço. Sou uma menina insegura, que às vezes anda de salto alto.”

Também somos liberdade, querendo voar e aportar em lugares mais seguros e felizes pra nós em “Eu vou pra maracangalha”

Essa boneca não tem manual…cada nova situação acende uma luz de emergência: somos muitas, nascidas de muitos encontros, de muita história trocada…amigas de trinta (e poucos) anos, tão diferentes mas iguais num sentido…amores, medos, trabalhos, família, amigas, prazeres, comidas, corpo/mente, fé e amores, não exatamente nessa ordem. Me desvendo a cada minuto e nos revelamos a cada sentença. Dentro de mim um mundo inteiro- aliás, um universo- visto pelos olhos de todas nós, que habitamos esse corpo mutante, esse coração saltitante, essa mente agitada.

Posso ser o que quiser, e me moldar a cada encontro pra que o encaixe funcione-ou não…Somos a parcela de tudo que se uniu esse tempo inteiro de experiências e falta de, de visões amplas e das limitadas, de sentires e de escondê-los, de disfarces e de nudez, de expectativas, de brincadeiras, de deleites e de lástimas, de cegueira e de clara luz…Somos tantas que às vezes precisamos de uma assembléia silenciosa pra dar voz a quem precisa.

Acho que ainda tenho a mesma cara de quando tinha 15…tá bom…18, mas não sou mais tão boba…ou só um pouquinho. O corpo oscila, o cabelo tem dois fios brancos, o sorriso continua…Passamos por muitas coisas juntas (todas as partes de mim): a liberdade de se ver sozinha “no mundo”, a angustia de se ver sozinha na cama, a alegria de se ver sozinha na chegada, eu e todas nós, sozinhas e acompanhadas. Somos interdependentes, somos inteiras e mesmo assim, queremos todas uma presença a mais…Fatasiamos juntas mil coisas e rimos de nós mesmas, quando tudo passa. Enfim, um Universo a ser desvendado, nem tão misterioso assim, nem tão certinha quanto parece, nem só o que se pode ver…Somos feitas de encontros!

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