Alicerce

“Vou demolir minha casa
pra esculpir
minuciosamente
o duradouro…
Cansei de morar
eternamente no efêmero…”

*poema de Marla de Queiroz

E eu acredito em você!

ACREDITO
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Eu acredito nos encontros!
As borboletas sempre voltam…
Eu acredito em conspiração!
Os ventos sempre sopram…
Eu acredito em Deus!
O céu sempre me sorriu…
Eu acredito em meu pai!
A casa sempre tão infantil…
Eu acredito na pureza!
O olhar sempre limpo!

Eu acredito na verdade!
A palavra sempre reta!
Eu acredito na força interior!
A dor é sempre suportada!
Eu acredito em renascimento!
A alma é sempre renovada!
Eu acredito nas pessoas…
O sorriso sempre insistirá!

Eu acredito no amor…
O sublime sempre reinara!
Eu acredito em mim!
Minha luz sempre brilhara!”
*Poema do Saulo, lindo anjo!

Por dentro e por fora

*Musiquinha ali embaixo: retrato fiel lá de casa!
Enquanto terremotos acontecem por dentro, lá fora a casa se prepara pra receber o mundo…
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Tapetes do lado de fora pra tirar a poeira (como aqui dentro). E a gente deita na grama, depois do almoço, pra aquecer o coração. Quando menos se espera tem alguém pedindo um abraço que a gente queria tanto dar e receber…A casa espera os filhos que voltam, a gente se alegra com tanto pra contar, pra sorrir, pra abraçar, pra dividir!

Família grande é assim: conviver às vezes dá trabalho, tem que contar até dez, tem que regar, tem que remexer na terra, mas no fim tudo é tão bom!!! Quando o olho abre, já tem gente pra cantar. Na cozinha, cada um com seu despertar vai entrando e preenchendo o espaço de particulares coloridos.

A gente se vê todos os dias, sempre tem carinho, sempre tem alguém pra sustentar…se não for um é outro. Às vezes dá uma vontade de ficar sozinho, mas no fundo a gente sabe que sempre vai ter com quem contar, pra quem olhar, em quem tocar!

Quando sento pra almoçar, todo mundo apertadinho pra comer, se alimentar de amor! Sempre tem uma história pra alegrar…a gente se alimenta dos outros pra continuar bem o dia! Então temos tempo pra ficar junto, pra lagartear ao sol, pra contar piada, ver o céu, olhar uns aos outros, parar o tempo pra ver a vida e seguir vivendo com calma…

Gosto quando os outros vêm de longe pra somar, a casa se enche de festa! Depois eles vão embora, e a gente segue com quem fica pra compartilhar os dias, com tudo que há pra viver…não é diferente de lá, apenas temos tempo juntos pra poetar. Quando chega a noite, fecho os olhos (lembro que sempre quis a casa cheia, mesa barulhenta no almoço, gente diferente pra trocar) e agradeço por estar exatamente ali, com minha grande família, aprendendo a viver e a ser nesse mundo de tantas tempestades por dentro e por fora.

Faz de conta que você não sabe…

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Meninos enchem o peito, meninas olham no espelho. Todos vão à batalha- cada um com suas armas- querendo ganhar a noite! O objetivo é tocar e ser tocado, por isso talvez escolham um lugar que tem fila apertadinha na entrada ou mesas cheias, onde podemos nos esbarrar uns nos outros…Esse é o primeiro passo: ir onde o povo está, antenas ligadas pra encontrar todos os olhos (diga-se peitos, bundas, braços, bocas, etc) que interessar. O segundo passo: chamar a atenção do maior número de pessoas…só assim, podemos conseguir chegar no final do jogo com saldo mais do que positivo, e quem sabe um monte de telefone novo na agenda do celular (pra não ligar nunca, por que a fila anda rápido e não temos tempo a perder!).

Então o carinha mira “aquela” mulher-que-não-dá-pra-não-pegar, encara, não move os olhos, esbarra nela, puxa seus cabelos com delicada-esperteza, aquela noite promete (todos estão sedentos por um toque, um reconhecimento, uma ‘mamadinha’ seja lá como for – mas atenção, ninguém pode saber disso!) Esse é o terceiro passo: DISFARÇA! Todo mundo quer, mas vamos deixar bem claro que ninguém aqui tá precisando, porque queremos só curtir, afinal o negócio aqui é ganhar (seja o que for, desde que se contabilize na listinha de saldos!).

A mulher-que-não-dá-pra-não-pegar percebe todo o movimento do carinha, aqui entra a regra número quatro: ninguém viu nada! O jogo esquenta, porque cada um faz seu papel direitinho: meninos e meninas colocam seus óculos escuros e fazem cara de paisagem (ele não vê que ela jogou o cabelo pro lado pra mostrar o pescoço, ela não percebe que ele mira o alvo pra dar o tiro certeiro). Cada um arruma uma desculpa pra encostar no outro…(mas faz-de-conta que você não sabe!)

O verdadeiro carnaval da Bahia se concretiza em minutos: cada um vem de um lado, eles se tocam, se beijam e caminham para o lado oposto no minuto seguinte. Quando há tempo pra abrir a boca pra outra coisa que não seja engolir o outro rapidamente, a conversa gira em torno de amenidades. Afinal de contas, lembre-se, nesse jogo o objetivo é ser tocado (ponto!)

Essa cena se repete incontáveis vezes, até que um olha pro time que o espera do outro lado do campo e decide comer e dormir porque amanhã é outro dia e precisamos todos estar prontos pra batalha! O clima é de vitória: Fim de jogo, pegamos todos e todas! Abrimos a porta (fazemos tudo que precisamos), deitamos a cabeça no travesseiro e caimos num abismo de solidão, vazio, falta e querer mais, digo, dormimos felizes…

O jogo é esse: somamos pontos de encontros fugazes porque precisamos muito ser tocados e não sabemos como fazer pra ter uma resposta acolhedora sem sermos rejeitados não temos tempo pra deixar maturar, cuidar, prestar atenção, aliás, isso tudo é muito “emo” e não precisamos de ninguém. Assim a roda gira, mendigamos as migalhas que caem no chão porque temos medo que os outros percebam que precisamos de um carinho precisamos juntar o máximo que der, porque está faltando de grão em grão a galinha enche o papo, é…é isso!

Ah! Esqueci de uma coisa: não tenho tempo pra falar de mim e saber de você. Sou uma pessoa que morre de medo de estar com você mais de perto, porque não sei se consigo ser responsável por aquilo que cativo e tenho medo de perder o que estiver bom muito atarefada, importante, inteligente, cheio de amigos e pessoas me querendo, então, deixa pra lá…eu quero tanto um carinho e alguém que me entenda que se você não me aceitar não aguento a rejeição, ops, quer dizer, acho que você se embriagou, está vendo coisa onde não existe, eu nem fiz nada, eu disse isso? Nem olhei pra você! Sai fora antes que eu me apegue! Sai fora antes que eu tome nojo! E não esqueça a última regra do jogo: nunca ligue no outro dia, não responda seus scraps, finja que não viu seus torpedos (mesmo que você tenha curtido um monte aquela companhia e não pare de pensar na pessoa) porque pode cair o seu disfarce e não sei se você aguenta!

Ass. Somos todos iguais…mas não conta pra ninguém!

Palavras ao vento…

*Musiquinha ali embaixo.

“Palavras podem viajar por milhares de quilômetros. Possam minhas palavras trazer compreensão e amor mútuos. Possam elas ser tão lindas como jóias e maravilhosas como flores”.
Thich Nhat Nahn

Carta…

*Musiquinha ali embaixo.
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Enfim, estou com aquela carta (de André G. a D.) nas mãos e olho o envelope azul com delícia!Simples, pequeno com letras grandes, passo a mão sobre as letras como quem vai ler uma carta sua…como há muito não se recebe! Abri aquele envelope azul que há tempos queria terminar de ler…e engoli de uma só vez, como à agua apartando a sede depois de comer uma caixa de bombons…

Não tínhamos pressa. Eu despi seu corpo com cautela…Compreendi com você que o prazer não é algo que se tome ou que se dê. Ele é um jeito de dar-se e de pedir ao outro a doação de si. Nós nos doamos inteiramente um ao outro.

Eu sempre senti ao mesmo tempo, a sua força e a sua fragilidade superada, admirava sua força frágil

(Você era quem punha entre parênteses esse mundo ameaçador, no qual eu era um refugiado de existência ilegítima…)

Tive muitas dificuldades com o amor…pois é impossível explicar filosoficamente por que amamos e queremos ser amados por determinada pessoa, excluindo todas as outras” – Típica frase que poderia ter saído da cabeça de um homem…

Eu admirava sua segurança, sua confiança no futuro, sua capacidade de captar os instantes de felicidade que se ofereciam

Você tinha o seu próprio grupo e sua própria vida, mesmo participando plenamente da minha…Você percebia realidades que me escapavam porque não correspondiam à matriz que eu usava para ler o real… Você não precisava das ciências cognitivas para saber que, sem intuições ou afetos, não há nem inteligência nem sentido… Você deu tudo de si para me ajudar a me tornar eu mesmo.”

Nós tínhamos um mundo em comum, do qual percebíamos aspectos diferentes. Essas diferenças eram a nossa riqueza.”

Não quero mais- segundo a fórmula de Georges Bataille – “deixar a existência para mais tarde”. Estou atento à sua presença como estive desde o início, e gostaria de fazê-la sentir isso. Você me deu toda sua vida e tudo de si; e eu gostaria de poder lhe dar tudo de mim durante o tempo que nos resta.

É preciso aceitar ser finito: ESTAR AQUI E EM NENHUM OUTRO LUGAR, FAZER ISTO E NÃO OUTRA COISA, AGORA E NÃO SEMPRE OU NUNCA […]

…e saciei a vontade, fechando o envelope azul com um suspiro de quem recebe uma carta de Amor…


Então volto pra vida real e a impermanência vem avisar que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há!” Tem gente que chega pra ficar e tem gente que vai pra nunca mais…É a vida…que a gente possa ficar em paz com isso, sem precisar passar por momentos difíceis assim fora de hora!

Suspiro


Encontre alguma coisa que preencha você de dentro pra fora…
e então, compartilhe com alguém especial o que você tem pra oferecer!

Despir-se

*Trilha sonora do post ali embaixo!
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Sempre pensamos ser tão diferentes uma da outra…mas basta uma manhã de pura música e sensibilidade, que nossas cascas se quebraram e nos descobrimos iguais! Claro que cada uma tem seu encanto, cada uma com suas expressões de si mesma, expressando o mesmo conteúdo de formas tão distintas…

E num instante estamos olhando pro espelho que a outra produz! Tantas descobertas de ser mulher…tantos quereres, tantas ansiedades, um desejo intenso de vida: de preencher, de encontrar o amor, de aceitar, de ser conduzida nessa dança, de gerar vida e de ser um mundo!

Mulheres quando encontram o ponto do espelho nas outras, desvelam-se: o mundo se encanta porque sabemos que não somos as únicas (loucas) a querer tanto, a sentir tanto, a nadar em meio a tantas ondas, intensas ondas…e quando vemos já nos despimos, nos entregamos, sem perceber que ele estava ali, mirando nossas peles ao vento, sentindo o perfume de mulher sem máscaras…ele escuta nossas contradições, franze a testa, sorri de cantinho e, como um homem que presta atenção nas mulheres, diz: “Vocês têm que parar de se preocupar, de limitar o desejo, pensando que o cara tem que ser assim ou assado… se for de outro jeito e também for bom, vocês perdem a oportunidade!”

Ahããã…nosso olhar vagueia em pensamento…tudo bem, às vezes a gente se fecha em desejos ocultos que nos impedem de encontrar um cara legal…Será que foi um recado?? Como um bom homem, prático e ponderado, talvez por ele tenha escapado um “ponto cego” do que faz parte da essência da mulher: aquele sussurro interno- que alguns chamam de ‘intuição’- e que tem como sintoma um sobressalto no coração que serve como alarme, e avisa se “é ele” ou não…

Aquelas de nós que não se impressionam pelo vazio de estar sozinha e que sabem que apesar de não existirem príncipes, há muitos sapos querendo contar a história…Estas, com um primeiro olhar, sentem a pele, sentem o cheiro, sentem que ‘nesse-colo-posso-me-aconchegar’ e, com o passar da convivência, esse sentimento só se confirma…então a gente vai se entregando devagarinho, desvendando o que há no outro de delícia e encontrando os lugarzinhos nele onde podemos adormecer…

Tudo bem, estaremos abertas, mas pra sermos conduzidas nessa dança: com os corpos colados- mesmo que não saibamos dançar- Coloquem a música e segurem nossa mão delicadamente, encostem barriga com barriga, rosto no rosto até que se sinta o cheiro da pele do outro, e conduzam nosso quadril no ritmo da música que estiver tocando…Tudo que a gente quer…ir sem passos determinados, sem coreografia prévia, apenas ir junto, mesmo que tenhamos que aprender juntos a bailar…É disso que gostamos tanto de falar quando conversamos juntas, quando tentamos nos enteder e entendê-los e encontrá-los!

Aliás, tem uns caras que sabem como conduzir a dança, mesmo que através das palavras, e um deles se experimenta através delas aqui! Quem procura por um manual da boneca, precisa ler ele!!

All you need is love!

Martha Medeiros traduz o que eu escreveria, se tivesse seu dom!
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“…os amores não têm sido eternos e nem infinitos enquanto duram, até porque não duram. São rápidos flashes de entusiasmo, são apostas, são ensaios, são tentativas, são experiências para constar do curriculo pessoal de cada um. Parecem mais fugas do que encontros. Amores quase perversos em sua instantaneidade, em sua fragilidade, em seu medo.

Medo de quê?
Sei lá, de vingarem: vá que dê certo! Melhor fazer a fila andar, já que não é fácil administrar um amor. Porém, mais difícil ainda é viver sem ele, e lá vão todos em busca de beijos à granel e realizações automáticas de desejos, tudo muito aflito, sem norte e sem calma. Onde estão as grandes e verdadeiras paixões?

O reconhecimento do amor, a dedicação a esse sentimento, o usufruto dessa emoção passa por uma sensibilidade especial que nada tem a ver com as urgências de uma sociedade que não sabe mais frear e aquietar-se. Quem nos ajuda a resgatar o amor, aquele amor que merece ser chamado como tal, é a arte. É ela que nos treina para o exercício da contemplação e para o respeito à solidão, porque só ama direito quem não tem medo de ficar sozinho, quem não usa o amor como salva-vidas, como muleta.”

Das minhas histórias de Amor (parte 1)

Música pra preencher:

Então, como ainda não consegui terminar de ler o André Gorz, registro as histórias que tenho do Amor, mesmo antes de pensar em ser eu mesma, de saber de suas dimensões…guardo essas histórias – que também são minhas porque estão impressas na minha árvore- com carinho, com cuidado…

“Ele já tinha passado dos 80 quando, sentado na varanda de casa, me contava rindo: naquele dia de um inverno argentino subia a rua zunindo na sua bicicleta, quando topou com a “gordinha” mais linda que ele tinha visto e, querendo ser simpático – e um pouco irônico- passou por ela, que puxava sua bicicleta devagarinho lomba acima, e perguntou se ela não precisava que empurrasse…Como ela era ranzinza desde pequena, olhou com careta pra ele e seguiu sem responder…não sem antes sentir um sobressalto no coração. Aquele era um “muchacho” muito interessante, e segundo ela, “a partir daquele momento, seu destino estava traçado, porque sua vida ficou ligada para sempre a dele!”

Ela tinha 12 anos e ele, 16. Ali, fez-se um encontro de uma vida inteira, mais de 60 anos! Os olhos daquele garoto estavam vivos para mim, enquanto me contavam sobre o Amor…Desde aquele dia em que a gordinha não conseguia subir a rua com a bicicleta, eles passeavam de bicicleta…Todas as manhãs, bem cedo, antes de ir para a escola, ele corria quadras para conseguir pegar o mesmo bonde que ela só para vê-la descer e, então, corria mais um tanto para voltar a seu ponto de origem e rumar para o outro lado, onde era sua escola…

Assim foi o namoro nos anos 30, Argentina, por uns dois anos, quando não voltaram a se ver…até que ele mandou um amigo perguntar a ela se eles poderiam se corresponder, pois ele estava estudando em uma escola de formação militar longe dali. Ela disse que sim, mas que as cartas fossem endereçadas à casa do amigo, para que seu pai não percebesse…Quando ele teve lincença da escola naval, ela já estava com 15 anos e eles queriam se ver, então ela teve de contar à mãe, que permitiu que se encontrassem.

Um dia, depois de passear com o cara pela rua e voltando para casa feliz, encontrou seu pai esperando, queria saber quem era aquele “muchacho” com quem andava…confusão na certa! Mas depois de pesquisar quem era e de onde vinha, permitiu que ele os visitasse em casa…Diz ela que seu pretendente era um homem com “agá maiúsculo” e que foi falar de suas intenções ao futuro sogro…Assim que quando ela tinha 19 anos, se casaram em uma manhã de junho.

Todas as quartas-feiras depois de jantar, iam ao cinema e a uma confeitaria tomar café com “masitas“…voltavam correndo e ele contava histórias pra ela e ria de sua ingenuidade…No outro ano, ele fez uma viagem de “volta ao mundo” que durou 8 meses, e ela teve sua primeira filha na casa dos pais…Tiveram 4 filhos, duas meninas e dois meninos.

Em 16 de junho de 1955, às 02 da manhã (como ela lembra de tudo isso?!?), foram buscá-lo em casa, eram pessoas contrárias a Peron…Vieram as revoluções contra Peron, perseguiram os oficiais da marinha, do exército e aeronáutica (e meu avô, claro)…os olhos dela viram o que o coração sentia ser um “campo de concentração alemão”, onde a separavam de seu amor por um alambrado…Assim eu soube do outro lado da história que todo mundo conhece…E por causa dessa história, dessa política que o mundo conheceu nos cinemas -com seus desvios- pela interpretação da Madonna há alguns anos, minha história se desviou para o Brasil.

Depois que ele morreu recebi um manuscrito com toda sua história, pelo Sedex, guardando a minha primeira história de Amor…Ali, encontrei declarações de um coração ainda apaixonado, passados 70 anos, que diziam: “Em Buenos Aires conheci a felicidade e o Amor de meu marido…meu amante, meu companheiro, meu amigo”. Uma história que começou a ser contada por ele e terminou com a trêmula letra dela, que declarou finda sua história com o último suspiro dele.

É por essa e outra- que mais tarde eu conto- que eu acredito no Amor!