“Querido!
(O que eu escrevi:) Sempre acreditei que o que sentimos pelos outros, a eles pertencem…poder compartilhar com eles o que despertam em nós é regar nos outros as boas sementes que eles têm!
(O que eu sensurei:) Sei dos teus movimentos, acompanho a tua caminhada, pressinto tuas respostas e percebo os teus espaços delimitados…Entendo teu jeito arredio e vejo tua delicada atenção no vazio do teu silêncio. Tua linha tão tênue que envolve meus sentidos, provoca-me, invade meu peito, querendo acercar-me de ti.
Cada palavra tua, me cobre; Cada silêncio teu, me rasga;
Tão perto e tão longe, você me tem inteira, sensível, sincera.
Sinto uma fina película entre nós, estico meus braços pra te alcançar e não consigo tocar teus sentidos…Fecho os olhos e posso sentir a tua pele, ouvir tua voz grave e ver o teu sorriso meio tímido e charmoso.
Guardo em mim tua risada e os olhares que cruzas comigo, um olhar intenso que me fala tanto de ti sem dizer nada, um calor em um segundo, um cuidado teu. Nesses breves olhares de cumplicidade e perguntas sem resposta, me sinto aninhada, olhar que me acolhe.
Entretanto, por quê você me insita a não te querer quando me diz não? Uma tentativa de estar longe porque ficamos muito perto? Mais perto do que a tua segurança permite? Então a gente se afasta (sinto tanto, que dá medo de passar adiante)… afastar pra saber como lidar com o outro, até onde ir com ele, não ultrapassar sua linha de segurança…Me sinto insegura, rejeitada por ti. Isso passa, eu sei, logo quero te olhar nos olhos de novo, sem medo, delicioso contato!
Por quê nunca sei se posso te falar? Por quê quando sinto, me dá medo de quebrar? Por quê quando falo dá vontade de correr, me aninhar? Por quê meu abraço fica preso na vontade? Por quê quero tanto e não consigo me expressar?
Assim eu danço contigo. Delicadamente tento perceber os teus limites e carinhosamente me aproximo, querendo te oferecer a segurança necessária pra podermos estar perto…Visão ampla, sensível delicadeza, guardo teu olhar, tuas palavras, como quem guarda uma flor cheirosa entre as páginas de um livro querido.
(O que eu escrevi:) Admiro teu jeito, respeito teus pensamentos, sentimentos e teus limites, e fico feliz em ter uma pessoa como tu- do jeito que tu é- fazendo parte dos meus dias, (…e o que eu sensurei:) e ofereço a minha prática, o meu caminho no Amor, na alegria, compaixão, equanimidade, generosidade, moralidade, paciência, energia constante/perseverança, concentração e sabedoria…cultivo tudo isso no contato contigo, querendo te ver feliz!”
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